“Bendito seja o Senhor, rocha minha, que me adestra as mãos para a batalha e os dedos, para a guerra; minha misericórdia e fortaleza minha, meu alto refúgio e meu libertador, meu escudo, aquele em quem confio e quem me submete o meu povo.” (Salmo 144.1-2)

R
ecentemente, chegamos ao final de mais um ano e iniciamos um novo período em nossas vidas. E essa meditação teria, necessariamente, que ser um brado efusivo de adoração e gratidão ao nosso maravilhoso Senhor. Um hino de gratidão por tudo que Ele fez por nós, e intercessão por mais essa etapa.
Primeiramente, a gratidão e o louvor: “Bendito seja o Senhor, rocha minha, que me adestra as mãos para a batalha e os dedos, para a guerra; minha misericórdia e fortaleza minha, meu alto refúgio e meu libertador, meu escudo, aquele em quem confio e quem me submete o meu povo” (v.1-2). Agora que terminamos o ano de 2016, olhe para trás e perceba que você superou esse período, não importam as crises que tenha enfrentado. Foi Deus quem te sustentou, quem adestrou suas mãos para as lutas da vida, quem teve misericórdia e foi sua fortaleza. Em alguns momentos, eu sei que você, na sua aflição, nem percebeu que Deus estava ao seu lado; mas agora, analisando a situação, você pode constatar que aqueles problemas talvez nem existam mais, pois o Senhor o solucionou por você e através de você. Por isso, nessa época de transição de ano, faça da ação de graças e louvor sua oração ao Senhor: “A ti, ó Deus, entoarei novo cântico; no saltério de dez cordas, te cantarei louvores” (v. 9).
Além disso, anime o seu coração ao olhar para o futuro. Se você passou por um ano “andando e chorando”, mas chegou até aqui com o coração apascentado pelo Senhor, continue fazendo isso neste ano que se inicia hoje, e assim sucessivamente até o final de sua vida. Mas lembre-se: viva um dia de cada vez, como Jesus nos ensinou no modelo de oração – “o pão nosso de cada dia dá-nos hoje” (Mateus 6.11) – e procure viver, sem ansiedade, este dia na presença do Senhor, que cuida de você. O passado não existe mais e o futuro ainda não chegou. Louve o Senhor neste dia, e não perca o sono ou o sossego de alma por causa das preocupações.
Encerro essa devocional desafiando você a unir-se, comigo, ao salmista em oração pela nossa casa: “Que nossos filhos sejam, na sua mocidade, como plantas viçosas, e nossas filhas, como pedras angulares, lavradas como colunas de palácio; que transbordem os nossos celeiros, atulhados de toda sorte de provisões; que os nossos rebanhos produzam a milhares e a dezenas de milhares, em nossos campos; que as nossas vacas andem pejadas, não lhes haja rotura, nem mau sucesso. Não haja gritos de lamento em nossas praças. Bem-aventurado o povo a quem assim sucede! Sim, bem-aventurado é o povo cujo Deus é o Senhor! (v. 12-15).


Rev. Saulo Pereira de Carvalho

“Portanto, assim diz o SENHOR: Se tu te arrependeres, eu te farei voltar e estarás diante de mim; se apartares o precioso do vil, serás a minha boca; e eles se tornarão a ti, mas tu não passarás para o lado deles.” (Jeremias 15:19)

Após um período sem ver um antigo amigo, eu o reencontrei e ele estava bem mais magro. Perguntei-lhe sobre o segredo daquele emagrecimento, e ele disse que estava fazendo caminhada todos os dias, sem exceção. Como ele sempre afirmava não ter tempo para se exercitar, perguntei-lhe como resolveu isso, e ele contou seu segredo: o médico cardiologista disse que ele teria, no máximo, seis meses de vida, caso não fizesse exercícios físicos regularmente. O problema não era a falta de tempo, mas a falta de prioridades.
No texto de hoje, o profeta fala de um assunto muito comum a todos nós, e que se constitui numa constante fonte de aflições: a falta de foco e de prioridades em nosso planejamento pessoal.
Na verdade, Deus estava fazendo uma repreensão ao profeta nesse texto. Jeremias era humano e tinha seus defeitos, mas pelo menos ele os admitia honestamente a Deus. Em vez de encobrir seus verdadeiros sentimentos com piedade, derramou seu coração diante do Senhor, e Ele respondeu. Nessa resposta de Deus é que temos a direção para resolver o problema de nossa aflição.
Deus orienta acerca de duas coisas importantes, que devemos sempre ter em nossa vida. A primeira é o arrependimento: “Se tu te arrependeres, eu te farei voltar e estarás diante de mim”. Se a origem de suas aflições é em um estilo de vida longe de seu Senhor, então você precisa voltar atrás. Isso é o que está implícito no arrependimento: um retorno para Deus, independente de quanto você tenha se distanciado dele. Muitas de suas aflições são decorrentes do esfriamento espiritual, e não adianta buscar a bênção de Deus, de forma distanciada do Deus da bênção. Tendo o devido arrependimento desse estilo de vida, o Altíssimo te conduzirá de volta e estarás diante dele.
A segunda coisa importante, é que precisamos ter critérios bem definidos em nossa vida: “se apartares o precioso do vil, serás a minha boca”. A ideia de ser a “boca de Deus”, diz acerca de ser um instrumento de bênção na vida de outras pessoas, que estão precisando de uma palavra de Deus. Perceba que, ao voltar para Deus, haverá uma reversão em sua vida de tal forma que você sairá de uma pessoa aflita e angustiada, para se tornar uma pessoa abençoadora de outros. E é isso mesmo: suas experiências em seus momentos de aflição ainda servirão para mostrar a outros a ação da boa mão de Deus. Mas para que isso aconteça, ele diz que você tem que aprender a separar “o precioso do vil”. Isso implica em saber que “todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam” (I Coríntios 10:23).
Em seus momentos de aflição, analise cuidadosamente sua prática diária, e verifique se você não está precisando reorganizar suas prioridades de vida, a fim de abandonar as práticas que, mesmo sendo lícitas, não trazem nenhuma edificação.


Rev. Saulo Pereira de Carvalho


Bendito o homem que confia no SENHOR e cuja esperança é o SENHOR. Porque ele é como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e, no ano de sequidão, não se perturba, nem deixa de dar fruto.” (Jeremias 17.7-8)

Um sentimento de alegria e gratidão a Deus sempre invade nosso coração, quando podemos ser instrumentos nas mãos dele, para abençoar outra pessoa. Uma ajuda financeira, uma cesta de alimento, uma palavra amiga, uma oração que traz refrigério, ou até mesmo a oportunidade de “chorar com os que choram”, seja a ação que for, é motivo de alegria, para a pessoa abençoada e também para nós, os instrumentos usados por Deus. Mas, quando estamos passando pelo nosso vale profundo, além de nossa aflição, ainda vem o peso de não podermos ajudar ninguém. Se seu coração tem esse sentimento, medite comigo no texto de hoje.
O próprio Deus é quem está se dirigindo ao seu povo. E ele traz, aqui, uma bênção específica para aquele que confia nele, e o tem como única esperança. Para ilustrar como será a vida dessa pessoa, ele usa uma figura bem diferente daquela contida no verso 6, que fala de arbusto solitário no deserto. Agora, este homem é “como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e, no ano de sequidão, não se perturba, nem deixa de dar fruto”. Vejamos algumas lições apontadas com essa ilustração.
Primeiro, o homem que teme ao Senhor é como árvore plantada junto às águas, que estende suas raízes para o ribeiro. Esse homem tem, sempre, as forças necessárias para crescer de forma saudável e para prosperar. Ele não estará isento de passar por momentos difíceis. Na verdade, o texto fala que aquela árvore da ilustração, enfrentará o calor e até mesmo o “ano de sequidão”, referindo-se às crises mais severas que podem acometer uma árvore. Igualmente, na vida do homem que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor, virão épocas extremamente difíceis. Mas, assim como aquela árvore plantada junto a correntes de águas, ele não receia, nem se perturba, e o mais importante: ele não deixa de dar fruto. O segredo é o fato das raízes estarem estendidas até as águas do ribeiro.
A segunda lição que tiramos dessa ilustração, é que o homem que confia no Senhor é sempre alguém abençoador. Numa árvore como aquela as pessoas encontram sombra, descanso e alimentação (com seus frutos). Assim também, o homem que confia no Senhor é um refrigério para seus familiares e amigos. O arbusto no deserto é solitário. A árvore junto às águas jamais estará sozinha.
Se hoje, você se sente mais triste ainda porque, em virtude de sua angústia de alma, está impossibilitado de ser bênção na vida de sua família e amigos, se entregue ao Senhor, para que Ele reverta essa situação. A solução é mudar de vida: deixar de ser alguém que confia no braço humano, e passar a ser alguém que confia no Senhor. Para continuar usando a ilustração, tenho certeza que o Senhor transplantará o “arbusto solitário no deserto” (que é sua vida) e o levará para junto das águas, virando uma frondosa árvore cheia de seiva e de verdor.



Rev. Saulo Pereira de Carvalho

“Eu te conheci no deserto, em terra muito seca. Quando tinham pasto, eles se fartaram, e, uma vez fartos, ensoberbeceu-se-lhes o coração; por isso, se esqueceram de mim. A tua ruína, ó Israel, vem de ti, e só de mim, o teu socorro.” (Oséias 13.5-6, 9).

Certa vez conversei com um irmão, que estava fervorosamente orando pelo favor de Deus em sua vida financeira. Toda a igreja se juntou a ele nesse propósito, e o Senhor, de fato, ouviu aquelas orações e deu prosperidade para aquele homem. Depois de um tempo, voltei a encontrá-lo e perguntei-lhe sobre como estava a igreja. Ele respondeu que não tinha notícias, porque, como a empresa dele cresceu, ele não mais tinha tempo para dedicar à igreja. Naquela ocasião, mostrei a ele que teríamos que orar para que Deus o abençoasse, retirando dele todos os seus bens. É óbvio que ele não gostou dessa palavra, mas se você tem percebido em sua vida essa mesma atitude, então estude este texto com atenção, a fim de tomar uma decisão enquanto é tempo.
A palavra do Altíssimo, nesse texto, é muito clara e objetiva. Ele reclama da ingratidão e inconstância de seu povo, e mostra que ninguém podia reclamar dele, uma vez que a culpa de todas aquelas aflições era exatamente o comportamento de seus filhos. Hoje, quero que você coloque diante de seu Deus, tanto suas aflições quanto as suas vitórias, a fim de conservá-las.
Deus afirma que conheceu o seu povo no deserto, em terra muito seca. Isso é uma forma poética, para mostrar que tudo que temos vem dele, e de mais ninguém. Davi reconheceu isso em sua oração de consagração das ofertas que o povo trouxe a Deus: “Riquezas e glória vêm de ti, tu dominas sobre tudo, na tua mão há força e poder; contigo está o engrandecer e a tudo dar força.[...] Porque quem sou eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos dar voluntariamente estas coisas? Porque tudo vem de ti, e das tuas mãos to damos” (I Crônicas 29:12,14).
O grande problema que o Senhor levanta, é que, quando seu povo estava farto, se esqueceram que tudo havia vindo Dele, e “ensoberbeceu-se-lhes o coração”. Parece que algumas pessoas não tem estrutura psicológica e espiritual para ter prosperidade financeira. São como o irmão que citei na ilustração acima. Quando tem pouco são crentes fervorosos e atuantes na igreja, mas quando Deus abre as portas do céu e derrama sobre eles as bênçãos, ficam tão obcecados em adquirir mais e mais, que esfriam na fé, deixam de lado o ministério no Corpo de Cristo, vão se ocupando com o trabalho e com a vida social, e de repente estão fora da igreja. Nesse contexto, a bênção de Deus se tornou em maldição, e a ruína se tornará em uma grande bênção. É por isso que a conclusão é óbvia: “A tua ruína, ó Israel, vem de ti, e só de mim, o teu socorro”.
Se sua aflição vem da escassez financeira, olhe para seu Senhor, que tem todo poder para te dar fartura. Se você já foi contemplado com prosperidade nessa área, não permita que essa bênção te afaste do serviço a Deus. Se isso está acontecendo, reveja suas prioridades, e volte ao seu ministério com a mesma dedicação de quando você não tinha nada.

Rev. Saulo Pereira de Carvalho

No dia 18/09 a IPB – Igreja Presbiteriana do Brasil comemorou o Dia da Escola Dominical. O terceiro domingo de setembro é a data reservada para esta comemoração na IPB. E no último domingo, 25/09, tivemos uma lição preciosa na classe de adultos, ministrada pelo Rev. Carlos Souza, sobre este assunto, abordando a história do surgimento da EBD, seus idealizadores, e a importância desta escola para o crescimento da igreja hoje.
Este post vem corroborar com aquilo que foi exposto pelo Rev. Carlos Souza, deixando aqui também registrada a história da Escola Dominical. 

Pioneirismo

As origens da Escola Dominical remontam aos tempos bíblicos, quando o SENHOR ordenou ao seu povo Israel que ensinasse a Lei de geração a geração. Dessa forma, a história do ensino bíblico descortina-se a partir dos dias de Moisés, passando pelos tempos dos reis, dos sacerdotes e dos profetas, de Esdras, da educação judaica na sinagoga, do ministério terreno de Jesus Cristo, e da Igreja Primitiva com os apóstolos, quando as atividades didáticas foram fundamentais para a propagação e consolidação do evangelho. Não fossem esses inícios tão longínquos, não teríamos hoje a Escola Dominical!
A Escola Dominical, nos moldes como a conhecemos hoje, teve seu início na cidade de Gloucester, no sul da Inglaterra. Seu fundador foi o jornalista cristão Robert Raikes.
A cidade de Gloucester, onde Raikes morava, era uma importante cidade inglesa no período pós Revolução Industrial, notável por sua indústria de tecelagem. Atraía muita gente que, deixando a vida no campo, seguia para as cidades buscando melhores condições de vida. Entretanto, a imensa riqueza de uma minoria contrastava com a grande pobreza e o analfabetismo da maioria da população. O fato de existirem muitas igrejas na época não impedia o avanço da criminalidade.
Raikes preocupava-se muito em melhorar as condições das prisões e em dar mais dignidade e oportunidade de regeneração aos presidiários, que eram submetidos a terríveis condições nas cadeias.
Observando o meio onde estava inserido, Raikes percebeu que, entre as causas da criminalidade e da bebedice desenfreada, estava a ignorância das pessoas; e que o abandono em que viviam as crianças carentes da cidade as expunham à essa situação de ignorância, acabando por estimula-las ao crime.
Diz-se que certo dia, procurando um jardineiro na Rua Saint Catherine, no bairro de Sooty Alley, Raikes encontrou um grupo de crianças maltrapilhas brincando na rua. Foi, então, informado que aos domingos a situação era ainda pior, pois as crianças trabalhavam nas fábricas de segunda a sábado, em jornadas de trabalho muito pesadas, mas aos domingos ficavam ociosas, quase abandonadas, passando o tempo inteiro na rua, não só brincando, mas se envolvendo em brigas e aprendendo várias espécies de vícios.
“Que perversos os meninos de Gloucester! Lutavam uns com os outros, eram mentirosos e ladrões, indescritivelmente sujos e despenteados. Depredavam propriedades e infestavam ruas, tornando-as perigosas com as calamidades deles”.
Pensando em com ajudar esses meninos, Raikes teve a ideia de organizar uma escola que funcionaria aos domingos (porque as crianças e os jovens trabalhavam 6 dias por semana, durante 12 horas) e não cuidaria apenas da educação secular, mas daria também a educação religiosa e teria a Bíblia como base. Naquele tempo, não havia escolas públicas na Inglaterra, apenas escolas particulares, algo que era privilégio para poucos.
Assim, em 20 de julho de 1780, nasceu a  Escola Dominical. Totalmente gratuita, a escola foi instalada na Rua Saint Catharine e contava o apoio de 4 mulheres que Raikes contratara para ajuda-lo a lecionar.
Tinha Raikes 44 anos de idade quando saiu pelas ruas de Gloucester a convidar crianças pobres, de 6 a 14 anos, a se reunirem todos os domingos para aprender a Palavra de Deus. Juntamente com o ensino religioso, ministrava-lhes Raikes várias matérias seculares: matemática, história e inglês, além de noções de boas maneiras, de moral e de civismo. Complementando o trabalho, Raikes também providenciava roupas novas, alimentação e tudo o mais que as crianças precisavam, inclusive banho e cabelos penteados.
Não demorou muito, e a escola de Raikes já era bem popular. Em pouco tempo já eram mais de 100 crianças matriculadas. De 1780 a 1783, sete Escolas já tinham sido fundadas somente em Gloucester, tendo cada uma 30 alunos, em média.
Entretanto, a oposição não tardou a chegar. Muitos eram os que o acusavam de estar “quebrando o domingo”. “Onde já se viu comprometer o dia do Senhor com esses moleques? Será que o Sr. Raikes não sabe que o domingo existe para ser consagrado a Deus?”.
Porém, mesmo com a oposição, o trabalho de Raikes continuou crescendo e rapidamente se alastrou pelo país. Em 1785, apenas cinco anos depois da criação da primeira escola, foi organizada em Londres uma sociedade voltada para a criação de escolas dominicais. Assim, foram abertas cerca de 300 escolas, que eram supridas com livros, material didático e professores. Um ano depois, cerca de 200.000 crianças estavam sendo ensinadas em toda a Inglaterra, e 250 mil no ano seguinte. No princípio, os professores eram pagos, mas depois passaram a ser voluntários. Da Inglaterra a instituição foi para o País de Gales, Escócia, Irlanda e Estados Unidos.
O efeito da Escola Dominical foi tão poderoso, que 12 anos após sua fundação, em 1792, não havia um só criminoso na sala dos réus para julgamento nos tribunais de Gloucester, quando antes a média era de 50 a 100 em cada julgamento!
Quando Raikes faleceu, em 1811, cerca de 400 mil alunos estavam matriculados nas diversas escolas dominicais britânicas.
A Escola Dominical nasceu para servir como ensino público gratuito orientado pelos princípios da educação cristã, vindo posteriormente o governo britânico, bem como o de outros países, a oferecer o sistema de educação pública e a se responsabilizar oficialmente por ele.


A escola dominical no Brasil

Os missionários escoceses Robert R. Kalley e Sara P. Kalley são considerados os fundadores da Escola Dominical no Brasil. Em 19 de agosto de 1855, na cidade imperial de Petrópolis, no Rio de Janeiro, eles dirigiram a primeira Escola Dominical em terras brasileiras. Esta data é considerada o início do trabalho evangélico no solo brasileiro e em língua portuguesa de caráter permanente. Sua audiência não era grande: apenas cinco crianças assistiram àquela aula. Mas foi suficiente para que seu trabalho florescesse e alcançasse os lugares mais retirados de nosso país. Hoje, no local onde funcionou a primeira Escola Dominical do Brasil, ainda é possível ver o memorial que registra este tão singular momento do ensino da Palavra de Deus em nossa terra. Robert e Sarah Kalley também são muito conhecidos no nosso meio por causa dos vários hinos que têm suas participações, como o hino 003 - A Igreja em Adoração, o hino 054 - A chegada do Messias e o hino 139 - O socorro do crente, que a IPU aprendeu recentemente.
A primeira escola dominical presbiteriana no Brasil foi iniciada pelo Rev. Ashbel Green Simonton, em maio de 1861, no Rio de Janeiro. O primeiro trabalho promovido pela Igreja Presbiteriana em nosso país, em língua portuguesa, foi a Escola Dominical. Isso aconteceu no Rio de Janeiro, no dia 22 de abril de 1862, também dirigida pelo Rev. Simonton. Essa escola aparentemente foi organizada de modo mais formal em maio de 1867. Um evento comum em muitas igrejas presbiterianas brasileiras nas primeiras décadas do século 20 era o “Dia do rumo à escola dominical”, quando se fazia um esforço especial para trazer um grande número de visitantes.
A Escola Dominical é o principal instrumento de evangelização e instrução. Geralmente, ela nasce antes da Igreja, e o seu rol de alunos é, quase sempre, maior do que o rol de membros da Igreja. Sem ela seria muito difícil levar o evangelho até os confins da terra.



“À Escola, pois, Dominical, irmãos, receber celeste luz! O santo livro, aberto em nossas mãos, aprendamos de Jesus.”

“Mas isto lhes ordenei, dizendo: Dai ouvidos à minha voz, e eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; andai em todo o caminho que eu vos ordeno, para que vos vá bem.” (Jeremias 7.23)


A expressão “primeiro amor” é usada, em nossa cultura, para demonstrar o período do relacionamento onde as partes têm maior intensidade nos sentimentos e um maior comprometimento com a pessoa amada. Com o passar do tempo, se não houver zelo, aquele “primeiro amor” pode ir perdendo o encanto, e o relacionamento pode tornar-se muito rotineiro e insosso. Na vida espiritual, isso se dá quando deixamos de ter o fervor que tínhamos no momento de nossa conversão e de nosso compromisso com nosso Senhor. Deus já fez uma reclamação bem específica ao seu povo sobre esse assunto: “Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor” (Ap. 2:4). Se sua fé está secularizada, e em sua aflição você já não ouve mais a resposta de Deus às suas súplicas, é hora de tomar algumas decisões importantes.
Deus reclamou, através de Jeremias, porque seu povo estava oferecendo os sacrifícios, característicos do Velho Testamento, mas o coração do povo não estava obedecendo à sua voz. Ele não estava anulando o sistema sacrificial que havia dado ao seu povo, mas lembrando-o de que os sacrifícios não significariam nada, caso o coração fosse infiel a Deus. Colocar o ritual exterior no lugar da devoção interior faria com que os sacrifícios perdessem seu sentido, e privaria o coração das bênçãos de Deus. Esse princípio permanece hoje, e é um alerta para nós.
No Novo Testamento, o sistema de sacrifício mudou, uma vez que o “Cordeiro de Deus” já ofereceu um sacrifício perfeito, que não precisa ser repetido. Agora, há uma nova exigência de Deus quanto ao assunto: “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome” (Hb. 13:15). Mas o princípio expresso no parágrafo anterior continua prevalecendo. Os exercícios espirituais (leitura da Palavra, oração, frequência à igreja, adoração, etc...) não fazem o menor sentido, vindo de um coração longe de Deus. É por isso que algumas pessoas, em seus momentos de crise, oferecem esses exercícios espirituais e não são aceitas, porque esquecem que “sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus” (Sl. 51:17). Novamente, relembramos que aqueles exercícios espirituais são necessários e determinantes para nossa intimidade com Deus, mas não tem valor se o coração anda longe do Senhor.
Em suas aflições, aproveite esse relacionamento de Deus com seu povo, onde nós assumimos o compromisso de obedecer à sua voz, e ele assume o compromisso de ser nosso Deus abençoador: “andai em todo o caminho que eu vos ordeno, para que vos vá bem”.



Rev. Saulo Carvalho

“O SENHOR te guiará continuamente, fartará a tua alma até em lugares áridos e fortificará os teus ossos; serás como um jardim regado e como um manancial cujas águas jamais faltam” (Isaías 58:11)

               Quando passamos por aflição e enfrentamos crises agudas, alguns textos bíblicos parecem tão distantes de nossa realidade, que até evitamos meditar neles. Às vezes, estamos tão cansados e exaustos, que perdemos a esperança de dias melhores, e esse tipo de texto nos deixa ainda mais deprimido. O texto de hoje é um desses, onde Deus fala de nossa vida de uma forma tão positiva, que temos dificuldade em crer em suas palavras. Mas esse sentimento é enganoso, pois a situação é exatamente o oposto: ele promete e cumprirá sua palavra em nossa vida. Isso tem que ser reafirmado em nossos momentos de angústia, para nos dar esperança de dias melhores, porque é Deus quem nos garante isso. Por isso, analise comigo o texto de hoje, mesmo que seu coração esteja desalentado.
Primeiramente, ele assegura que nos guiará continuamente. Isso expressa a totalidade de nossas experiências, tanto as alegres quanto as difíceis. O tempo todo ele estará nos guiando, mesmo que não consigamos vê-lo em nossas tribulações. Além disso, ele afirma que fartará a nossa alma, até em lugares áridos. Talvez você possa questionar em seu coração que, se ele está nos guiando, e passamos por lugares áridos, então ele é quem nos conduz para os lugares áridos, ao invés de nos conduzir para pastos verdejantes. Será que é, de fato, assim? Depende. Você pode estar passando por lugares áridos, por estar fugindo da direção de Deus. Ainda assim, ele estará cuidando de sua vida, e tomando providências para que você volte para o caminho dele. Mas não podemos deixar de considerar o confortante salmo 23, onde mostra o Senhor como nosso pastor, que nos conduz e não deixa que nada nos falte. Mesmo assim, o salmo fala de “vale da sombra da morte” e de “adversários”. Lembre-se, que para nos levar para uma montanha mais alta, nosso bom pastor tem que nos conduzir pelo vale profundo que há entre as montanhas. Mas ainda assim, ele continua conosco: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam” (Salmo 23.4).
No final, Deus garante que sua vida será bem diferente do que é hoje: “serás como um jardim regado e como um manancial cujas águas jamais faltam”. Sei que pode parecer difícil, em sua aflição, visualizar sua vida com essa ilustração, mas coloque sua confiança na palavra de seu Senhor. Ele é quem está afirmando isso, e não podemos duvidar de seu poder em cumprir sua palavra. Reafirme isso continuamente. Na tela de meu computador tenho a charge de um pastor, de terno e gravata, pendurado por uma corda quase arrebentando, com apenas um fiozinho por se romper; ele está se segurando na corda com uma mão, e com a outra está tampando os olhos e dizendo: “Não quero nem ver como Deus vai me livrar dessa!”. Eu mantenho esse desenho à minha frente, a fim de me relembrar dos momentos em que passei por aflição, e Deus me livrou de forma miraculosa. Assim como ele me socorreu, ele também te acudirá.


Rev. Saulo Carvalho

“Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações” (Jeremias 1.5)

      Iniciamos, agora, nossas meditações no livro do Profeta Jeremias. Este homem recebeu de Deus uma missão quase impossível, de tentar levar seu povo a observar a lei divina, numa época de catástrofe nacional e espiritual. Por causa dessa missão, ele foi rejeitado, odiado e perseguido pelo povo a quem ministrava as bênçãos de Deus. Mas a Palavra de Deus a ele tem um significado muito especial, a quem está passando por momentos de aflição e angústia de alma. Mesmo que seu chamado seja para outro ministério, observe bem o que Deus fala nesse texto.
      Na primeira parte do versículo, Deus afirma que conheceu o profeta “antes que eu te formasse no ventre materno”. Isso também se aplica a nós, e precisamos reafirmar esse fato ao nosso coração aflito. O Senhor que nos acode não é algum desconhecido, que precisa de tempo para nos entender. Pelo contrário, foi Ele quem nos formou no ventre materno, e nos conhece antes mesmo de nascermos, como afirma, maravilhado, o rei Davi: “Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe. Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem; os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda (Salmo 139.13-16). Quando a aflição bater à porta, não permita que seu coração entre em pânico, mas submeta-se a este Deus, que te conhece desde a eternidade. Ele conhece perfeitamente a sua estrutura, e sabe que você é pó (Salmo 103.14).
      Na segunda parte do versículo, Deus afirma que há um propósito na vida de cada um de nós. No caso específico de Jeremias, ele nasceu para ser profeta num contexto muito difícil. No seu caso, é preciso que você tenha convicção do seu lugar no Corpo de Cristo, porque Deus te criou com o objetivo de ser útil nas mãos Dele. Um comentarista bíblico disse, certa vez: “Aquilo que somos é um presente de Deus para nós, e o que fazemos com isso é nosso presente para Deus”. Será que sua aflição contínua não se dá em virtude de você estar fugindo da presença de Deus? Lembre-se do exemplo de Jonas, que passou por grandes tribulações, porque estava fugindo do chamado de Deus. Se esse é o seu caso, faça a oração daquele profeta: “Na minha angústia, clamei ao SENHOR, e ele me respondeu; do ventre do abismo, gritei, e tu me ouviste a voz” (Jonas 2.2).
Sou diretor de um Seminário, e não raras vezes recebemos alunos que passaram por aflições, que não cessaram, enquanto não atenderam ao chamado de Deus. Ore para que seu pastor seja instrumento nas mãos de Deus, para orientá-lo sobre o ministério para o qual você foi salvo.


Rev. Saulo Carvalho



Segunda parte do sermão do Rev. Eurípedes Brito, no culto de comemoração do aniversário de 37 anos da Igreja Presbiteriana União, no dia 14/08/2016.



Primeira parte do sermão do Rev. Eurípedes Brito, no culto de comemoração do aniversário de 37 anos da Igreja Presbiteriana União, no dia 14/08/2016.